Puxação, Chiado


DEFINIÇÃO

É uma doença das vias respiratórias caracterizada por inflamação crônica das vias respiratórias e responsividade aumentada (hiper-reatividade) a uma ampla gama de estímulos (deflagradores).

Essa hiper-reatividade leva à obstrução das vias respiratórias, cuja gravidade pode ser muito variável no mesmo individuo. Como conseqüência, os pacientes apresentam paroxismos de tosse, dispnéia, sensação de pressão torácica e sibilos.

A asma é uma moléstia crônica, com exacerbações agudas episódicas que são entremeadas por períodos assintomáticos. Outras patologias podem apresentar-se com sibilos e devem ser consideradas, principalmente quando os pacientes não respondem à terapia (Quadro abaixo).

Condições que Podem se Apresentar como Asma Refratária

Obstrução das Vias respiratórias superiores (Tumor, Epiglotite, Disfunção das cordas vocais, Apnéia obstrutiva do sono);
Traqueomalacia;
Lesão Endobrônquica;
Corpo Estranho;
Insuficiência Cardíaca Congestiva;
Refluxo Gastroesofágico;
Sinusite;
Traqueobronquite Herpética;
Reação Medicamentosa Adversa (Aspirina, Antagonista – adrenérgico, Inibidores da enzima conversora de angiotensina, Pentamidina Inalada);
Aspergilose broncopulmonar alérgica;
Hiperventilação com crises de pânico;

SINAIS E SINTOMAS:

  • Sibilos
  • Dispnéia
  • Taquipnéia
  • Expiração prolongada
  • Agitação
  • Pulso paradoxal
  • Cianose
  • Tosse

ANATOMIA

As vias respiratórias condutoras centrais e periféricas dos pulmões são acometidas primeiramente pela asma. Os aspectos histopatológicos da asma incluem os seguintes:

  • Infiltração das vias aéreas respiratórias por células inflamatórias;
  • Espessura aumentada da musculatura lisa brônquica;
  • Perda parcial ou total do epitélio respiratório;
  • Fibrose subepitelial;
  • Hipertrofia e hiperplasia das glândulas da submucosa e das células caliciformes;
  • Oclusão parcial ou total da luz das vias respiratórias por rolhas de muco;
  • Vasos sanguíneos e glândulas mucosas aumentados.

CLASSIFICAÇÃO

Asma Intermitente Branda: Caracteriza-se por manifestações clínicas de asma duas ou menos vezes por semana, despertar noturno menor que duas vezes por mês.
Asma Persistente Leve: Esses pacientes apresentam manifestações de asma mais de duas vezes por semana, despertar noturno mais de duas vezes ao mês, porém menos de uma vez por semana.
Asma Persistente Moderada: Esses pacientes apresentam manifestações diárias de asma, despertar noturno mais de uma vez por semana.

  • Asma Persistente Grave: Esses pacientes apresentam manifestações contínuas de asma, despertar noturno freqüente, estão limitados em sua atividade física. Os pacientes que apresentam asma persistente grave nos quais o controle é inadequado apesar do uso de corticosteróides inalados em dose alta ou por via oral exibem, tipicamente, limitação crônica da atividade e necessitam de uso freqüente de broncodilatadores. Esses pacientes devem ser encaminhados a um especialista em asma. A meta da terapia consiste em minimizar as manifestações e a necessidade de corticosteróides orais.

FISIOPATOLOGIA

A asma resulta de múltiplos processos. A combinação desses processos resulta em obstrução das vias respiratórias, hiperinsuflação e limitação do fluxo de ar.
Inflamação crônica das vias respiratórias, caracterizada por infiltração da parede das vias respiratórias, mucosa e luz por eosinófilos ativados, mastócitos, macrófagos e linfócitos T.
Contração da musculatura lisa brônquica decorrente dos mediadores liberados por vários tipos de célula, incluindo as células inflamatórias, neurais locais e epiteliais.
Lesão epitelial manifestada por desnudamento e descamação do epitélio, resultando em rolhas de muco que obstruem as vias respiratórias.
Remodelação das vias respiratórias caracterizada pelos seguintes achados:

  • Fibrose subepitelial, especificadamente o espessamento da lâmina reticular pela deposição de colágeno;
  • Hipertrofia e hiperplasia do músculo liso;
  • Hipertrofia e hiperplasia das células caliciformes e das glândulas submucosas, resultando em hipersecreção de muco;
  • Possível espessamento da parede das vias respiratórias por causa de edema agudo e infiltração celular durante as exacerbações da asma.

ETIOLOGIA

As crises de asma são episódios de dispnéia ou sibilos que duram de minutos a horas. Os pacientes podem ficar totalmente livres dos sintomas e das crises. Tipicamente, as crises são deflagradas pela exposição aguda a agentes irritantes (p.ex.: Fumaça) ou alérgenos.
Fatores que aumentam a hiper-responsividade das vias respiratórias, provocando agravamento agudo e crônico da doença.

  • Alérgenos: ácaros de poeira, baratas e pêlos de animais de estimação, provocam um aumento na inflamação das vias respiratórias e nos sintomas dos pacientes alérgicos;
  • As infecções virais do trato respiratório superior e a sinusite: constituem importantes causas de exacerbações da asma;
  • refluxo gastroesofágico: pode provocar tosse e sibilos em alguns pacientes. Alguns fatores como tabagismo e fumaça de madeira, deflagram o broncoespasmo agudo e de vem ser evitados por todos os pacientes;
  • Ar frio e os exercícios físicos: podem agravar os sinais e sintomas;
  • Ácido Acetilsalicílico (AAS, Aspirina) e outros agentes anti-inflamatórios não-esteróides (AINE): podem provocar o início súbito de obstrução grave das vias respiratórias. Os pacientes com sensibilidade ao AAS e pólipos nasais evidenciam, tipicamente, o início da asma na terceira ou quarta década de vida.

FATORES DE RISCO

A Asma é comum, afetando milhões de adultos e crianças. Um número de crescimento dos povos é diagnosticado com uma circunstância todos os anos. Existem fatores que aumentam a possibilidade de desencadear a asma. Estes incluem:

  • História de asma na família;
  • Infecções respiratórias freqüentes como da criança;
  • Exposição ao fumo;
  • Viver em área urbana, especialmente se houver muita exposição à poluição do ar;
  • Exposição a ocupações cotidianas, como: utilização de produtos químicos;
  • Nascimento de baixo peso.

DIAGNÓSTICO

Sinais e Sintomas: Sibilos, dispnéia, tosse, febre, produção de escarro, outros distúrbios alérgicos. Possíveis fatores precipitantes (alergênicos, infecção, etc.); muitas vezes os ataques de asma ocorrem à noite.

Exame Físico: Geral – Taquipnéia, taquicardia, uso de musculatura respiratória acessória, cianose, pulso paradoxal (gravidade da obstrução). Pulmões – Prolongamento da fase expiratória, hiperinsuflação dos pulmões, simetria dos ruídos respiratórios. Coração – Evidencias de ICC. ORL/Pele – Evidências de doença alérgica nasal, seios paranasais ou cutâneas.

Os pacientes com estado mental deprimido precisam de intubação. A fadiga iminente da musculatura respiratória pode provocar o esforço respiratório diminuído e movimento diafragmático paradoxal.

O enfisema subcutâneo deve alertar o examinador para a existência de pneumotórax ou pneumomediastino.

As provas de função pulmonar (PFP) são essenciais para o diagnóstico da asma. Nos pacientes com asma, as provas de função pulmonar revelam um padrão obstrutivo, cuja característica é a diminuição nas velocidades do fluxo expiratório.

Imagem: Obter uma radiografia de tórax não é rotineiramente necessário e é feita somente quando se suspeita de um processo pulmonar complicado, como pneumonia, pneumotórax, ou para excluir outras causas de dispnéia, tosse ou sibilos nos pacientes que estão sendo examinados por causa da asma.

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