O Diabetes mellitus é uma doença caracterizada por um aumento anormal da glicose ou açúcar no sangue. A glicose é a principal fonte de energia do organismo, mas quando em excesso, pode trazer várias complicações ao ser humano.
Quando não tratada corretamente, causa doenças como infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações.
Mesmo hoje com vários tratamentos fazendo com que a população tenha uma melhor qualidade de vida, ainda não há uma cura definitiva.
Segundo uma projeção internacional, a população de pessoas com diabetes até 2025 irá aumentar cerca de 50%.

CAUSAS E PATOFISIOLOGIA

Existem dois mecanismos fundamentais:

  • Falta de Insulina – O pâncreas não produz insulina ou produz em quantidade insuficiente. Com a falta da insulina, a glicose não entra nas células, permanecendo na circulação sanguínea em grandes quantidades. É conhecida como Diabetes Mellitus tipo 1 (DM tipo 1);
  • Mau funcionamento ou diminuição dos receptores das células – É responsável por mais de 90% de todos os casos. A produção de insulina está normal. Mas os receptores (portas) não estão funcionando corretamente ou estão em pequenas quantidades, fazendo com que a insulina não consiga entrar nas células aumentando a taxa de glicose no sangue. Chamamos de “resistência à insulina”. É conhecida como Diabetes Mellitus tipo 2 (DM tipo 2);

O DM tipo 2 está associado a idade avançada, obesidade, histórico familiar de diabetes, inatividade física e raça/etnia;

  • O DM Gestacional complica em aproximadamente 4% de todas as gestações e costuma regredir após o parto, porém as mulheres afetadas continuam correndo com um maior risco de vir a desenvolver o DM tipo 2 nas fases subseqüentes da vida;

Todas as pacientes com DM gestacional devem ser submetidas a um teste de tolerância à glicose oral de 6 a 8 semanas depois do parto a fim de determinar se o metabolismo anormal dos carboidratos persistiu. A perda de peso é estimulada para diminuir a probabilidade do surgimento de diabetes após o parto.

GENÉTICA:

Tanto o tipo 1 quanto o 2 são no mínimo parcialmente herdáveis, sendo o tipo 2 o que apresenta maior herança. O tipo 1 parece ser desencadeado por infecções (virais) e, em um menor numero de pessoas, por exposições ambientais a drogas ou estresse. Existe um forte padrão de herança para o diabetes tipo 2. Pessoas com parentes em primeiro grau com diabetes tipo 2 possuem um maior risco de desenvolver o tipo 2.
O Pâncreas é o órgão responsável pela produção do hormônio denominado insulina. Este hormônio é responsável pela regulação da glicemia. Para que as células das diversas partes do corpo humano possam realizar o processo de respiração aeróbica, é necessário que a glicose esteja presente na célula. Portanto, as células possuem receptores de insulina que, quando acionados “abrem” uma membrana celular para a entrada da glicose presente na circulação sanguínea. Uma falha na produção de insulina resulta em altos níveis de glicose no sangue.
O pâncreas também produz outro hormônio antagônico à insulina, o glucagon. Ou seja, quando a glicemia cai, mais glucagon é secretado visando restabelecer o nível de glicose na circulação.

DIAGNÓSTICO:

O diagnóstico do DM pode ser estabelecido por qualquer um dos critérios abaixo:

  • Glicose plasmática – maior ou igual a 126 mg/dL após o jejum noturno;
  • Sinais e sintomas de diabetes mellitus e uma determinação aleatória da glicose plasmática de 200 mg/dL ou mais alta;
  • Teste de tolerância à glicose oral que mostra glicose plasmática de 200 mg/dL ou mais alta 2 horas após uma dose de glicose a 75g;
  • O DM gestacional possui critérios de diagnósticos diferentes.

OUTROS TIPOS

  • Defeito genético nas células beta;
  • Resistência à insulina determinada geneticamente;
  • Doença no pâncreas;
  • Doença infecciosa (rubéola);
  • Síndromes genéticas (síndrome de Down, etc.).

SINAIS E SINTOMAS:

  • Poliúria (urinar com freqüência);
  • Polidipsia (sede aumentada e beber muito líquido);
  • Polifagia (aumento apetite).
  • Pode ocorrer perda de peso.

Estes sintomas podem se desenvolver bastante rápido no tipo 1 (crianças principalmente) ou pode ser sutil ou ausente no tipo 2 (ou desenvolver lentamente). Estes sintomas podem se manifestar no diabetes tipo 2 cuja diabetes é mal controlada.

COMPLICAÇÕES:

As complicações da diabetes são muito menos comuns e severas nas pessoas que possuem os níveis glicêmicos (açúcar no sangue controlado).

As complicações causadas pela diabetes se dão basicamente pelo excesso de glicose no sangue.

As complicações agudas são:

  • Cetoacidose diabética;
  • Coma hiperosmolar não cetótico;
  • Hiperglicemia;
  • Coma diabético;
  • Amputação.

As complicações crônicas são:

  • Aterosclerose;
  • Hipertensão;
  • Tromboses e coágulos na corrente sanguínea;
  • Problemas dermatológicos;
  • Problemas neurológicos (perda da sensibilidade e propriocepção);
  • Dificuldade em coagular o sangue;
  • Fator de risco a periodontite.

TRATAMENTO:

É uma doença crônica sem cura por tratamentos convencionais.

O tratamento é baseado em cinco preceitos:

  • Conscientização e educação do paciente;
  • Alimentação e dieta adequada para cada tipo de diabetes e para o perfil do paciente;
  • Vida ativa e exercícios;
  • Medicamentos (hipoglicemiantes orais, insulina);
  • Monitorização dos níveis de glicose e hemoglobina glicada.

Um controle cuidadoso é necessário para reduzir os riscos das complicações em longo prazo.

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