DEFINIÇÃO
É definida como uma alteração periódica da função neurológica, frequentemente com comprometimento do nível de consciência, devida a uma descarga elétrica excessiva na intimidade do cérebro. Existem diversas classificações, porém a mais utilizada é aquela em que as crises são divididas em:
- Generalizadas;
- Parciais.
As primeiras podem ser tônico clônicas (grande mal), tônicas, clônicas, mioclônicas ou associadas a ausências (pequeno mal). As segundas são divididas em parciais simples (motoras ou sensitivas), sem alteração da consciência, ou parciais complexas, com alteração da consciência. As parciais podem progredir até uma crise do tipo generalizada ou grande mal.
ETIOLOGIA
Varia com a idade.
- Crianças: hipóxia, alterações metabólicas, infecção.
- Adolescentes: traumatismo, álcool/drogas, tumores.
- Idade adulta: tumores, AVC, metabólica.
TIPOS
Crises de Ausência (geralmente na infância – sinal: fechamento dos olhos por alguns segundos, como se a pessoa se “desligasse”).
Crise de epilepsia rolândica (sinal: movimentos epilépticos – contração muscular). Pode ser causada por doença neurológica ou mal formação de vasos sanguíneos).
Crise de Epilepsia temporal (surgimento de auras: sensação de medo, mal estar no estômago, alucinações olfativas, movimentos repetitivos da boca, tipo mastigação. Estes movimentos tem uma duração aproximada de dois minutos. Recuperação lenta com confusão mental e distúrbio da fala.
QUADRO CLÍNICO
Sintomas:
As crises generalizadas produzem alterações da consciência e classicamente são divididas em fase tônica clônica e pós-AVC. Nas crises de ausência ou pequeno mal ocorre uma desconexão da periferia, com interrupção da atividade que vinha sendo realizada, de duração inferior a 30 segundos e sem perder a verticalidade. As crises parciais apresentam-se com alterações a nível motor, sensitivo, psíquico ou autonômico, sem perda da consciência. No caso da epilepsia do lobo temporal estas alterações podem ser principalmente comportamentais e por esse motivo de difícil diagnóstico.
Sinais:
O mais frequente é que não apareça nenhum sinal durante o período inter-crises, embora possam aparecer sinais de tumor cerebral, tais como edema de papila. A hiperplasia gengival é típica do tratamento com fenitoína, manchas vermelho-vinhosas da doença de Sturge-Weber, manchas café com leite na neurofibromatose e adenoma sebáceo na esclerose tuberosa. Também podem aparecer sinais de acidentes vasculares cerebrais prévios, tais como comprometimento das grandes vias.
DIAGNÓSTICO
- Bioquímica: determinar níveis plasmáticos de glicose, uréia, cálcio, álcool e fármacos anti-epilépticos;
- TC e RM: necessários naqueles pacientes com suspeita de foco neurológico;
- EEG: pode proporcionar evidências de atividade focal, porém um EEG normal não exclui o diagnóstico.