DEFINIÇÃO
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ou Enfarte Agudo do Miocárdio, popularmente conhecido como Ataque Cardíaco, é um processo que pode levar à morte (necrose) de parte do músculo cardíaco pela falta de oxigênio. Ocorre por uma redução do fluxo sanguíneo coronário.
A causa mais comum é pela Isquemia no músculo cardíaco (deficiência de Oxigênio), pela oclusão de uma artéria coronária. Esta oclusão pode ser causada ou pela formação de um trombo (coágulo) em uma área diminuindo a luz do vaso.
SINAIS E SINTOMAS:
- Dor em aperto
- Dor opressão
- Dor em peso
- Dor em queimação
- Vômitos
- Náuseas
- Sudorese
- Palidez
- Sensação de morte
CONSEQUÊNCIAS
A falta da circulação de sangue impede que o oxigênio chegue ao coração. Essa falta de oxigênio (isquemia) determina a diminuição das contrações do músculo cardíaco, gerando uma instabilidade elétrica.
Com esse ritmo alterado, surgem as arritmias já precocemente no infarto. Após 20 minutos de oclusão o músculo entra em necrose irreversível, completando-se em cerca de 06 (seis) horas.
Não existindo uma circulação colateral, os primeiros 50% do músculo cardíaco sofre necrose na primeira hora, e 70% em 3 a 4 horas após.
FATORES DE RISCO
Os fatores de risco estão associados a arteriosclerose e são divididos em dois grupos:
a) Os que podem ser alterados ou controlados
- Colesterol alto
- Hipertensão arterial
- Tabagismo
- Excesso de peso
- Sedentarismo
- Diabetes Mellitus
b) Os que não podem ser alterados
- Idade
- História familiar ou predisposição genética
QUADRO CLÍNICO
O mais importante dos sintomas é a DOR ou desconforto retroesternal (atrás do osso esterno), onde o paciente a refere como um aperto, opressão, peso ou queimação, podendo irradiar-se para o pescoço, mandíbula, membros superiores e costas (dorso).
São acompanhados de vômitos, náuseas, sudorese, palidez e sensação de morte iminente. Sua duração é superior a 20 minutos. Dor com menos de 20 minutos sugere angina do peito, onde não ocorreu ainda a morte do músculo cardíaco.
Os pacientes do sexo feminino, idosos e diabéticos têm maior chance de apresentarem uma dor ou desconforto atípico, com características e intensidades diferentes da descrita acima.
Pode ocorrer o IAM sem dor, é chamado de Infarto Silencioso e só é identificado na fase aguda por um eletrocardiograma ou dosagem das enzimas cardíacas.
DIAGNÓSTICO
A OMS (Organização Mundial da Saúde) determina que o diagnóstico seja realizado seguindo três critérios:
- Clínica;
- Eletrocardiograma;
- Bioquímica.
CLINICO (Exame Físico)
Os sinais são:
- Pressão Arterial – geralmente é normal
- Ausculta Cardíaca – ruídos abafados, sendo a quarta bulha um achado frequente. A terceira bulha relaciona-se com a disfunção ventricular.
- Precórdio – invisível e o ictus cordis pode ser difícil de palpar
- Outros sinais – hipofonese de bulhas, desdobramento paradoxal da segunda bulha.
Classificação de KILLIP
Esta classificação é baseada em dados clínicos que estudam a gravidade da insuficiência ventricular nos pacientes com IAM. Muito usada na avaliação da mortalidade em geral.
- Killip I: Sem dispnéia, terceira bulha ou estertoração pulmonar. Mortalidade de 06%;
- Killip II: Dispnéia e estertoração pulmonar nos 1/3 inferiores do tórax. Mortalidade de 17%;
- Killip III: Edema agudo de pulmão. Mortalidade de 38%;
- Killip IV: Choque cardiogênico. Mortalidade de 81%.
ELETROCARDIOGRAMA
Os achados no eletrocardiograma são fundamentais no diagnóstico do IAM.
O ECG inicial não é o diagnóstico em 40% ou mais dos pacientes com infarto agudo, mas em seqüência permanecem como pilares do diagnóstico. Podem ocorrer infartos sem alterações agudas ou mesmo sem nenhuma alteração.
A depender da região topográfica acometida, as alterações do ECG aparecerão em derivações distintas.
ENZIMAS CARDÍACAS
Os marcadores de necrose miocárdica têm dupla função na avaliação do IAM, como diagnóstico e no prognóstico.
Por causa da isquemia prolongada a membrana celular perde sua integridade e permite a saída de macromoléculas possibilitando que sejam dosadas. Citamos as mais: CK (creatinofosfoquinase), CK-MB (Fração MB da creatinofosfoquinase); TROPONINAS T e I; MIOGLOBINA.
Na prática utilizam-se as Troponinas e a CK-MB nas primeiras 12h para diagnóstico e avaliação com suspeita de síndromes coronarianas.
ECOCARDIOGRAMA
Frequentemente evidencia comprometimento miocárdico (parte do coração não contraindo devidamente).
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